Muito já foi dito a respeito de Tabu (2012), mas para mim seu maior mérito é a sofisticação que chega como simplicidade, às vezes até despretensiosa.
Em um corte, pulamos 40 anos; em outro, milhares de quilômetros. Em ambos, a fluência se mistura com esmero e afetuosidade, por personagens, pela história deles, e pela música.
Como em Aquele Querido Mês de Agosto (2008), ela volta a ser personagem, embora dessa vez uma música especifica se sobressaia. Toca uma primeira vez, ligada a uma personagem e em momento já emotivo, mas como espécie de preparação para um segundo momento, quando um corte e um som trazem emoção raramente vista nos últimos anos.
Após uma introdução extraordinária, pode-se dizer que a primeira parte demora a engrenar, mas a contemplação bem humorada inicial deixa um espaço, uma brisa leve que depois é preenchida por uma gigantesca carga afetiva que marca a última hora do filme, uma história de amor.
Após uma introdução extraordinária, pode-se dizer que a primeira parte demora a engrenar, mas a contemplação bem humorada inicial deixa um espaço, uma brisa leve que depois é preenchida por uma gigantesca carga afetiva que marca a última hora do filme, uma história de amor.
Um extremo de silêncio, com apenas o balbuciar sem palavras, junto a uma narração diário, conciliando meticulosidade, para não nos repetir o que estamos vendo, e carinho.
Existe aí o enigma do crocodilo, o saudosismo e a ligação com Murnau e o cinema mudo, mas tudo isso é bônus de um filme que é tão genial e cuidadoso na forma quanto é simples em resultado e efeito.
Texto também publicado em http://cinematotal.com/la.
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