domingo, 16 de outubro de 2011

Pixelando Online

Na falta de tempo, a gente arranja mais coisa para fazer.

Já está no ar há algumas semanas, mas só agora lembrei de divulgar, uma coluna minha no "Pixelando Online".

Em texto de estreia, defendo (para muitos, indefensável) A Casa.

Ela vai ao ar mensalmente.

Ver

"Neste espaço, todo texto terá um filme, geralmente visto no cinema, espécie de “estreia do mês”. Mas início será diferente, com base em dois momentos do Panorama (Internacional Coisa de Cinema), que rolou no final de agosto aqui em Salvador, e em outra sessão.

Adolfo Gomes, que ministrou a Oficina de Cinema Corsário, em um momento disse que inúmeros filmes atuais são áudio-descritivos, você pode fechar os olhos e não perder nada. Lógico que existem estilos, diretores com diferentes prioridades, mas este me parece o ápice da descrença no que é projetado e, consequentemente, o ápice do fracasso de um cineasta. Uma triste de verdade que vale para muitos, mas não para Premonição, curta baiano que vai para o Festival de Brasília dirigido por Pedro Abib (não o conheço), e que, no fim da sessão, me fez soltar um “vida longa a esse rapaz”.

Estrear na ficção com um filme de que flerta com Hitchcock e Sergio Leone é tão sedutor quanto pretensioso, mas ele dosou bem tesão (por filmar) e esmero (para enquadrar, decupar), essenciais para conversa minimamente digna com dois dos maiores mestres no domínio do meio. Quem morreu, quem vai matar, que horas, por que... tudo é resolvido – e relativizado – via cortes, via dilatação e contração do tempo, via imagens. É um filme “feito na montagem”, ela quem mais contribui para manutenção de suspense, mas isso só é possível em filmagem pensada, calculada. Como foi o segundo caso, só que de maneira oposta.

Se Premonição foi “feito na montagem”, o uruguaio A Casa (La Casa Muda – Uruguai, 2010), de Gustavo Hernández, outro exemplar de gênero, foi “feito nos ensaios”.

Simulado em plano-sequência, foi a Cannes na leva dos “inexplicáveis”, já que pareço uma das poucas pessoas a ter gostado do filme. Que tem alguns problemas óbvios e já citados por meio mundo, mas prós bem menos comentados. (Se não quer possíveis detalhes do filme, pare aqui).

A Casa não é só mais um (entre tantos) filme de sustos, ou só mais um (entre um pouco menos) a acreditar piamente em uma ideia, que se torna um conceito apaixonado por si mesmo – aqui, o plano-sequência.

Mais do que em seus pais, A Bruxa de Blair (1999) e Atividade Paranormal (2007), cujas primeiras versões me até me agradam, vemos. Vemos os frames da Polaroid, vemos a criança como um ponto branco que vem “do nada” e logo some, vemos as fotos na parede, a boneca, a “reviravolta”. Vemos que “nos enganamos”, ou pelo menos que há outro algo errado. Vemos a esquizofrenia, vemos a ilusão. Às vezes com um simples ir e vir de câmera, que na verdade é muito mais que isso, vemos duas versões, que fazer repensar inclusive outro possível “porquê” para plano-sequência. Vemos.

Ps: Pode ser que falta do gênero tenha me afetado? Lá se vão cinco meses de última experiência decente com Lucky Mckee e seu May (2002). No cinema, coisa bacana mais recente foi A Sétima Alma (2010), de Wes Craven (A Hora do Pesadelo), no fim do ano passado e que muitos consideram outra bobagem. Quem sabe em revisão eu diminua A Casa ao embuste que maioria achou."

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Setembro

Perdão a quem espera algo além das estrelinhas, que sozinhas soam como a anti-crítica, mas tem acontecido coisa suficiente para eu mal ver filmes. Não garanto mais nada.

14. O Espinho no Coração (2009), de Michel Gondry (Sala Walter da Silveira) (incompleto)
13. Elvis e Madona (2009), de Marcelo Laffitte (Cinema da Ufba) (**)
12. Planeta dos Macacos: A Origem (2011), de Ruperto Wyatt (UCI Barra) (**1/2)
11. Ex-isto (2010), de Cao Guimarães (Espaço Unibanco Cine Glauber) (incompleto)
10. Bahêa Minha Vida (2011), de Márcio Cavalcante (Espaço Unibanco Cine Glauber) (***)
9. Soberba (1942), de Orson Welles (DVDRip) (***)
8. In a lonely place (1950), de Nicholas Ray (DVDRip) (1950) (***)
7. Os Homens e os Deuses (2010), de Xavier Beauvois (Cinema da Ufba) (***)
6. A Casa (2010), de Gustavo Hernández (UCI Iguatemi) (***1/2)
5. A Besta Deve Morrer (1969), de Claude Chabrol (DVDRip) (***1/2)
4. Crítico (2008), de Kleber Mendonça Filho (Cinema da Ufba) (***1/2)
3. Medianeras: Buenos Aires na era do amor virtual (2011), de Gustavo Taretto (Cinema do Museu) (***1/2)
2. O Amor é Mais Frio que a Morte (1969), de Rainer Werner Fassbinder (DVDRip) (****)
1. Sabrina (1954), de Billy Wilder (Cinema do Museu – DVD) (****)