Então...
Na empolgação de poder ver em Salvador filmes que jamais passariam a menos de 400 quilômetros daqui, prometi que falaria sobre o novo de Paul Verhoeven (de RoboCop, Instinto Selvagem), A Espiã (Zwartboek, Holanda/Bélgica/Inglaterra/Alemanha, 2007), e o de Todd Haynes (de Velvet Goldmine), o Eu não estou lá (I’m Not There, EUA/Alemanha, 2007). Vi ambos, como queria, mas não vou dar estrelinhas, como de costume, e sim apenas divagar sobre o que me deixou intrigado.
Gostei e desgostei dos dois, por motivos completamente opostos e que, complementados, dão uma obra-prima. No caso de Verhoeven, foi ótimo ver um filme de duas horas e meia e em nenhum momento ter vontade de olhar o relógio. Coisa boa, especialmente por se tratar da segunda guerra mundial, o que significa inconscientemente prever quase sempre alguma escrotidão dos alemães, de alguém do eixo ou de algum traidor.
Ainda assim, A Espiã tem algum (mesmo que um tanto discreto) diferencial, ritmo, cenas realmente muito boas e bem filmadas. Temos em Verhoeven um vovô pervertido que não perdeu o talento pra filmar cenas picantes, e que consegue mostrar de nus frontais a sexo (quase) explícito com tesão, toque autoral e uma naturalidade bem vinda e (aqui) coerente. Num projeto que há muito tempo ele pretendia filmar. Felizmente, não perdeu as manhas.
Onde estou (louco)?
Já o caso de Eu não estou lá, o filme de Todd Haynes sobre as 764 facetas de Bob Dylan, é o oposto. Um biofilme nada convencional, estranho mesmo, com idéias e estilização válidas, daquelas que fazem você abrir a mente e ter idéias loucas. Parece um filme de um universitário genial ou de um jovem cineasta ultra-talentoso mas ainda imaturo.
O problema é que o que sobra em um filme falta em outro. Diferente do caso de Verhoeven, onde temos duas horas e meia de um filme que te prende a atenção mesmo sem ser genialmente original na sua forma narrativa, aqui a coisa parece ficar cansativa, apesar de algumas imagens e momentos realmente legais, divertidos e inesperados. Quando olhei pra o relógio pela primeira vez, jurava que o filme estava no fim, mas ainda faltava quase uma hora.
Outra coisa que chama a atenção é o fato de um holandês, europeu que filmou mais de duas décadas na Holanda antes de ir para Hollywood, voltar para seu país de origem e fazer um filme bem “hollywoodiano” no sentido da história contada, do início ao fim e passando pelo flashback. E um diretor norte-americano faz um filme pra lá de arrojado no sua essência, embora traga não muita coisa além de uma ótima idéia e um experimentalismo válido.
Bem, tem muito mais coisa que me chamou atenção e que eu gostaria de comentar, mas tenho o TCC pra consertar e coisas pra ler.
Filmes vistos em cinemas nos dias 20 e 21 de março
Gostei e desgostei dos dois, por motivos completamente opostos e que, complementados, dão uma obra-prima. No caso de Verhoeven, foi ótimo ver um filme de duas horas e meia e em nenhum momento ter vontade de olhar o relógio. Coisa boa, especialmente por se tratar da segunda guerra mundial, o que significa inconscientemente prever quase sempre alguma escrotidão dos alemães, de alguém do eixo ou de algum traidor.
Ainda assim, A Espiã tem algum (mesmo que um tanto discreto) diferencial, ritmo, cenas realmente muito boas e bem filmadas. Temos em Verhoeven um vovô pervertido que não perdeu o talento pra filmar cenas picantes, e que consegue mostrar de nus frontais a sexo (quase) explícito com tesão, toque autoral e uma naturalidade bem vinda e (aqui) coerente. Num projeto que há muito tempo ele pretendia filmar. Felizmente, não perdeu as manhas.
Onde estou (louco)?
Já o caso de Eu não estou lá, o filme de Todd Haynes sobre as 764 facetas de Bob Dylan, é o oposto. Um biofilme nada convencional, estranho mesmo, com idéias e estilização válidas, daquelas que fazem você abrir a mente e ter idéias loucas. Parece um filme de um universitário genial ou de um jovem cineasta ultra-talentoso mas ainda imaturo.
O problema é que o que sobra em um filme falta em outro. Diferente do caso de Verhoeven, onde temos duas horas e meia de um filme que te prende a atenção mesmo sem ser genialmente original na sua forma narrativa, aqui a coisa parece ficar cansativa, apesar de algumas imagens e momentos realmente legais, divertidos e inesperados. Quando olhei pra o relógio pela primeira vez, jurava que o filme estava no fim, mas ainda faltava quase uma hora.
Outra coisa que chama a atenção é o fato de um holandês, europeu que filmou mais de duas décadas na Holanda antes de ir para Hollywood, voltar para seu país de origem e fazer um filme bem “hollywoodiano” no sentido da história contada, do início ao fim e passando pelo flashback. E um diretor norte-americano faz um filme pra lá de arrojado no sua essência, embora traga não muita coisa além de uma ótima idéia e um experimentalismo válido.
Bem, tem muito mais coisa que me chamou atenção e que eu gostaria de comentar, mas tenho o TCC pra consertar e coisas pra ler.
Filmes vistos em cinemas nos dias 20 e 21 de março