Mad Men é uma
anomalia do bem.
Não é exatamente divertida,
nem tem um protagonista ultra carismático, como no caso de Big Bang Theory (Jim Parsons) ou Californication (David Duchovny), por exemplo. Não tem serial killer, não tem sobrenatural, não
tem maniqueísmo. Dá para dizer até que todo mundo tem caráter duvidoso o suficiente para não se criar uma empatia pública. Ou seja, Mad Men pouco ou nada tem que, de antemão, já
atraia a curiosidade de um grande público. Mas, ainda que se pondere o fato de ser exibido em uma TV a cabo (AMC), ele se mantém com episódios que são no mínimo bons média metragens e que, no sétimo episódio da quinta temporada, resume a série e
beira a perfeição.
Está ali tudo de bom que tivemos nos últimos cinco anos. Ótimas atuações, a direção com enquadramentos que conciliam o esmero e a fluidez, o não
dito e o jogo de aparências, o lado podre da publicidade e da Nova Iorque dos
anos 60. Só que tudo isso potencializado no episódio em que o ponto de vista
é de Sally (Kiernan Shipka), uma criança.
O primeiro
telefonema, a ida para a casa de Don (pai, Jon Hamm), o encontro com a madrasta
e os pais franceses dela, o problema e a solução com um cliente, a discussão para ir ao baile, e o que acontece lá. Tudo
isso intercalado com a ansiedade de Peggy (Elizabeth Moss), uma mudança em sua vida e a notícia
dada a mãe, que nos leva de volta à premiação, onde uma mesa é palco de imagem simples e cheia de significado.
Depois tem-se um talvez descartável telefonema, cuja última palavra vem acompanhada de corte brusco que ela merece. Mas tudo o que leva a ele, naquela pouco mais de meia hora, é dos melhores momentos do ano.
* UFPV também disponível no http://cinematotal.com/la.
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