segunda-feira, 11 de março de 2013

Um filme de hoje*

Side by Side (2012), de Christopher Keneally, fala sobre o embate entre o digital e a película, com foco em alguns dos mais importantes diretores e diretores de fotografia do cinema norte-americano. Mas ele me parece também dois filmes em um só, ambos apegados à sua época.

Primeiro o documentário, com opiniões de quem muito entende, mas com linguagem que funciona para quem não está lá. O que é 2K, 4K, 5K; como era, como tem sido e de como pode vir a ser. Diferenças entre câmeras, entre o digital e a película; filmes e nomes que escolhem um lado e o outro.

Na maioria das vezes, o documentário soa como um juiz tão fascinado pela justiça e pela fidelidade aos fatos e às opiniões divergentes que ele se abstém do que aqui, de fato, pode ser irrelevante. Se é que ele é possível, pouca importa um veredito definitivo. O que fica são as informações e as ideias de cada um, que vão do didatismo à divagação filosófica. E todas visões de hoje, que poderiam ser ditas num bar.

Já o outro ponto diz respeito ao filme que fala sobre filmes, com orgulhosa base fincada no início do século XXI.

Com barateamento de tecnologia, várias câmeras evitam problema de continuidade e seduzem a vários cortes. Mas como todo mundo já corta muito, a gente pode acrescentar uma trilha sonora onipresente. Para ilustrar melhor, vamos inserir imagens de filme e de arquivo. E do que mais estiver a mão.

Assim, Side By Side é também um exemplo de filme que, dentro de uma postura relativamente sóbria de documentário tradicional, vive constantemente no risco de confundir o “tudo é possível” com o “tudo é necessário”. De ser parte do cinema onde a respiração é ignorada, onde tesão e confiança por som e imagem são cada vez mais raros, onde predomina a ejaculação precoce.

Lógico que uma coisa não anula a outra, e talvez até ajude no sentido de transformar o filme num registro de sua época. Um diferencial é que, graças principalmente a quem ele escuta, esse tem algo a dizer.

* Texto também disponível em Cinematotal/la.

sábado, 2 de março de 2013

Fevereiro

Textos virão em março.

17. Confissões de uma garota de programa (2009), de Steven Soderbergh (*1/2)
16. Ensaio de Cinema (2011), de Allan Ribeiro (curta) (**)
15. Amor (2011), de Michael Haneke (**)
14. Hora de Voltar (2004), de Zazch Braff (**1/2)
13. Maldito Futebol Clube (2009), de Tom Hooper (**1/2)
12. O Pai de Meus Filhos (2009), de Mia Hansen-Løve. (**1/2)
11. Ciúme: O Inferno do Amor Possessivo (1994), de Claude Chabrol (***)
10. Suspiria (1977), de Dario Argento (***)
9. Sapatinhos Vermelhos (1948), de Michael Powell e Emeric Pressburger (***)
8. Cavaleiro Solitário, O (1985), de Clint Eastwood (***)
7. Lucia e o Sexo (2001), de Julio Medem (***)
6. Berlin Alexsanderplatz: Parte 10 (1980), de Rainer Werner Fassbinder (***)
5. O Abrigo (2011), de Jeff Nichols (***)
4. Holy Motors (2011), de Leos Carax (***1/2)
3. Mens Sana in Corpore Sano (2011), de Juliano Dornelles (curta) (***1/2)
2. Django Livre (2011), de Quentin Tarantino (***1/2)
1. A Longa Caminhada (1971), de Nicolas Roeg (***1/2)


* Texto também pode ser lido em cinematotal.com.br/la.