sábado, 14 de janeiro de 2012

A dúvida e o prazer*

Em boa parte de As Canções, a sensação é de que Eduardo Coutinho é quem melhor se repete no Brasil, já que ele volta a fazer tudo que lhe rendeu merecidos elogios em quase tudo, basicamente nos anos 2000. Mas o fim deixa impressão duvidosa.

Não defendo que um filme e um autor precisem sempre “inovar” para serem grandes, sendo Clint Eastwood e Roman Polanski, para ficar em diretores com pegada clássica e ainda na ativa, apenas dois dos melhores exemplos do grupo dos excepcionais sem invencionices. Mas Coutinho, talvez por focar tanto o conteúdo e a sensibilidade que ele não só tem de sobra, como também consegue extrair de seus entrevistados, passe um sinal de esgotamento.

Por outro lado, como falar em esgotamento, quando a suposta repetição ainda faz cada personagem soar único e memorável, quando a suposta repetição, que subjuga outra vez a forma à emoção, ainda comove?

Não tenho dúvida de que é um caso curioso, ainda mais quando muito do repertório é de músicas que não fazem parte do imaginário coletivo do brasileiro médio, aquele que não tem porque não ser cativado pelo que acontece em outros filmes de Coutinho, quando as referências culturais pouco importam.

Agora, contudo, Coutinho larga a mão de um massa amorfa que é “o público” para abraçar cada um de seus depoentes. Ele atinge o ápice do amor por seus “anônimos”. Talvez aí resida a impressão de esgotamento, talvez aí resida o segredo do deleite que ele ainda consegue dar.

* Texto originalmente publicado no Pixelando Online.

domingo, 8 de janeiro de 2012

2011

Menção honrosa para O Leão de Sete Cabeças (1970), de Glauber Rocha, que vi na sala Walter da Silveira, e para o curta A Amiga Americana (2009), de Ivo Lopes Araújo e Ricardo Pretti, que passou no Panorama, também em Salvador. Hispânicos em alta.

20. Léo e Bia (2010), de Oswaldo Montenegro
19. O Homem que não Dormia (2011), de Edgard Navarro
18. Gainsbourg – O Homem que Amava as Mulheres (2010), de Joann Sfar
17. A Alegria (2010), de Felipe Bragança e Marina Meliande
16. Meu País (2011), de André Ristum
15. Super 8 (2011), de JJ Abrams
14. Crítico (2008), de Kleber Mendonça Filho
13. Abutres (2010), de Pablo Trapero
12. O Homem ao Lado (2009), de Mariano Cohn e Gastón Duprat
11. Cópia Fiel (2010), de Abbas Kiarostami
10. Um Lugar Qualquer (2010), de Sofia Coppola

9. A Casa (2010), de Gustavo Hernández
8. As Canções (2011), de Eduardo Coutinho
7. Meia-Noite em Paris (2011), de Woody Allen
6. Medianeras: Buenos Aires na Era do Amor Virtual (2011), de Gustavo Taretto
5. Namorados para Sempre (2010), de Derek Cianfrance
4. Caminho para o Nada (2010), de Monte Hellman
3. Melancolia (2011), de Lars Von Trier
2. A Pele que Habito (2011), de Pedro Almodóvar
1. Balada do Amor e do Ódio (2010), de Álex de La Iglesia

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Dezembro

Nos próximos dias, um top-2011:

9. Spiders (2000), de David Cronenberg (DVD) (**1/2)
8. Maria Antonieta (2006), de Sofia Coppola (DVD) (**1/2)
7. O Desespero de Veronika Voss (1982), de Rainer Werner Fassbinder (DVD) (***)
6. O Garoto de Bicicleta (2011), de Jean-Pierre e Luc Dardenne (Cinema da Ufba) (***)
5. Meu tio matou um cara (2004), de Jorge Furtado (DVD) (***)
4. As Canções (2011), de Eduardo Coutinho (Espaço Unibanco Cine Glauber) (***1/2)
3. Quase Famosos (2000), de Cameron Crowe (DVD) (***1/2)
2. Carrie (1976), de Brian de Palma (DVD) (****)
1. As Pontes de Madison (1995), de Clint Eastwood (DVD) (****1/2)