quarta-feira, 2 de julho de 2008

Melhor amigo da noiva, O



Um bom filme ruim

Prólogo envergonhado: Quando eu decidi criar um blog, jamais imaginei fazer o que vou fazer. Mas, sabe como é, quando as teias de aranha tomam conta de alguma coisa, o desespero bate e o responsável por essa coisa perde a racionalidade. Não se acostumem, mas vai lá: texto sobre MOH.

Sim, vi O Melhor Amigo da Noiva (Made of Honor, EUA/Reino Unido, 2008), outro enlatado cômico-constrangedor-romântico pra a coleção de multiplexes. E, veja só que coisa, o filme é carregado com todas as espécies de clichês e de regras, do roteiro Syd Fieldiano ao final, e até que funciona como uma coisa divertida.

Os estereótipos devidamente caricatos (!) estão lá: 1) o garanhão (aqui de meia-idade, não o de American Pie) que não come duas vezes a mesma mulher (Patrick Dempsey); 2) a mulher perfeita mas encalhada e que vai ficar com ele (Michelle Monaghan); 3) o imbecil que quer ser esportista mas que é completamente loser e está ali somente para fazer os outros rirem do constrangimento alheio (acho que Kevin Sussman, fuçando no IMDB); 4) e mais o rival a ser batido, aqui Kevin McKidd, o Tommy de Trainspotting.

Cada respiração, cada tipo de relacionamento, cada idéia da tela, parece ser possível somente em outro mundo. Ou em Hollywood – o que dá no mesmo. À primeira vista, isso obviamente não é legal, mas o filme mantém a sua coerência, e isso é sempre bom.

De coisas legais, podemos falar da referência válida a Kill Bill (que já pode ter sido referência a outra coisa que não conheço), depois com Oasis e sua Stop Crying Your Heart Out. E do final que oscila entre uma coisa novela das oito e A primeira noite de um homem – isso não é spoiler, mas sim podre de previsível. Paul Weiland pode até ser mais um diretor de aluguel, mas pelo menos bom gosto o cara deve ter.

Anyway, MOH é mais um desses enlatados, isso é verdade, mas até que diverte – e cada cena, cada fala, cada peido aqui é feito pra isso.

Como reflexão exata do filme, vale dizer que não faltaram imbecis para bater palma em cena er... “vitoriosa”, mas esse filme é feito pra eles. E pra quem precisa atualizar o blog.
Visto no cinema no dia 26 de junho

Ps: O filme é o último em que Sydney Pollack atua. Pode não ser fim ideal, mas merece crédito. RIP, Sydney.

Ps2: Wall-e e Blow Out fizeram eu ter certeza (como se precisasse) que MOH realmente não é um filme bom.

Um comentário:

Leandro Afonso Guimarães disse...

Nem que no fim seja eu conversando sozinho, justifico que o blog ficou mais de dois meses parado por causa de Do goleiro ao ponta-esquerda, que espero um dia que vcs vejam. Mas, enquanto ele não fica pronto (esperem - os que tiverem interesse, obviamente - até o final do ano), volto a escrever bobagens vez ou outra por aqui.