Pode ser que eu mude
de ideia até o final da temporada, pode ser que a digressão com o tempo perca o
sentido, mas hoje ligo Bates Motel
(2013-...) a Mad Men (2007-...).
Embora a primeira
tenha sido adaptada aos dias atuais, as duas têm como base inicial o final da
Era de Ouro de Hollwood, quando grandes artesãos faziam cinema. O tripé, a
sobriedade de enquadramentos, a narrativa clássica, a busca pelo simples sem
pretensões gritantes, está tudo lá.
Mas se em Mad Men temos uma série de personagens
mais que de ações, Bates Motel quer
honrar Hitchcock, talvez o maior em juntar mise-en-scène e fluência.
O problema é que, apesar de ter como referência um tempo em que a forma geralmente coexistia harmoniosamente com o roteiro, Bates Motel não tem a mesma leveza.
Mesmo que a série esteja longe de tentar ser um manifesto existencialista, nem tudo fala a mesma língua.
O problema é que, apesar de ter como referência um tempo em que a forma geralmente coexistia harmoniosamente com o roteiro, Bates Motel não tem a mesma leveza.
Mesmo que a série esteja longe de tentar ser um manifesto existencialista, nem tudo fala a mesma língua.
Freddie Highmore, o Norman
Bates, está geralmente contido e irritante, é daquele personagem cuja
insegurança pode passar impressão de ser do ator, mas hoje me convence. Já os pitis de Vera Farmiga
(Norma) às vezes são constrangedores, e destoa da atuação do resto.
Outro ponto é que, no
quinto episódio, temos alguns dos mais estranhos enquadramentos que vi
recentemente, o que em teoria não é problema, mas se torna um quando seu
resultado visa um fluxo narrativo, a atenção presa na história. O plano muito diferenciado soa como malabarismo e abre um parêntese.
Divagação à parte,
que seja louvada a boa intenção de ter como referência época e diretor que hoje
parecem esquecidos ou pouco vistos por grande parte dos que fazem cinema. Ela tem bons momentos, mas ainda espero ter impressão melhor quando acabar a temporada.
* Também publicada no http://cinematotal.com/la.
* Também publicada no http://cinematotal.com/la.
Nenhum comentário:
Postar um comentário